Foto:Divulgação
Um projeto desenvolvido pelo artista Wilson Motta está permitindo que alguns bairros da periferia de Campo Grande tenham acesso ao espetáculo PANTANÁLIA, que é totalmente encenado com bonecos. Durante esta semana a novidade chegou até o Conjunto Estrela do Sul, Bairro Tiradentes e Aero Rancho.
A iniciativa conta com recursos da Prefeitura Municipal de Campo Grande, através do Fomento ao Teatro (Fomteatro), desenvolvido pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac).
Onças, capivaras, araras, garças, tuiuiús, peixes, tartarugas, cobras e jacarés são alguns dos mais de 50 bonecos que compõem a peça. Eles interpretam personagens que cantam, dançam, brincam e lutam pela sobrevivência.
Sem texto, o PANTANÁLIA é um musical que enche os olhos de cores e a cabeça de imaginação, apenas com formas e movimentos que retratam a vida de aves, peixes e animais. A proposta é mostrar o dia a dia dos moradores do pantanal esclarece Wilson Mota, o idealizador do espetáculo. “A peça começa com o nascer o sol e termina com o anoitecer, mostrando, de forma lúdica, o cotidiano das aves e animais. Quem não conhece o Pantanal vai ter uma ideia da diversidade do ambiente”, diz Motta.
Segundo ele, o espetáculo faz uma homenagem a alguns artistas da música regional. “Vida Cigana”, de Geraldo Espíndola, é interpretada por um jacaré humanizado e dançante, que faz uma referência ao grupo Funk-se.
A canção Solidão, de João Fígar, serve de trilha para o balé dos peixes. Almir Sater aparece em cena tocando na beira dos corixos, animando os animais que se embalam ao som de sua viola. Tetê Espíndola, com seu raro timbre de voz, canta Piraretã.
A montagem é do grupo de bonecos Tareco-Treco e o nome do espetáculo foi inspirado no grupo de dança Pantanália, que fez sucesso em Campo Grande nos anos 80. “Tudo é dançado. É um bailado, uma espécie de balé dos animais”, afirma Motta.
O trabalho é feito aos olhos do público, que pode observar como é feita a manipulação dos bonecos. São tuiuiús dançantes, filhotes de capivaras brincando alegremente pelos corixos, sapos famintos em busca de insetos, cardume de peixes fugindo dos jacarés, borboletas fazendo cócegas nas flores.
Vida de bonequeiro
Wilson Motta ganha a vida confeccionando e brincando bonecos. Ele está na estrada há mais de 30 anos e é considerado um dos melhores bonequeiros do Estado. Desempenha inúmeras funções dentro das artes cênicas, como aderecista, figurinista, cenógrafo, arte-educador, iluminador e sonoplasta. Fez cursos com os melhores professores de teatro do país, como Ulisses Cruz, Alcione Araújo, Amir Haddad, Bia Lessa, entre outros. Já participou de mais de 100 trabalhos entre teatro, dança, televisão e publicidade e já perdeu a conta de quantos personagens já criou. Por inúmeras vezes foi premiado pelo seu brilhante e reconhecido trabalho.
Para este espetáculo, o artista plástico usou a técnica de bonecos de vara e de fio. São bonecos feitos de isopor e madeira, alguns foram revestidos de pelúcia semelhantes às peles dos animais. Os personagens se movem através da manipulação dos fios de naylon e das varetas, além de gatilhos que movimentam as boca. A peça é direcionada a crianças de três a oito anos.
Origens
O teatro de bonecos tem origens nos povos primitivos. Registros históricos contam que eles ficavam deslumbrados com suas próprias silhuetas projetadas nas paredes das cavernas. A partir desses gestos, mesmo sem saber, elaboraram o teatro de sombras, que segundo alguns pesquisadores, tinha a função de entreter suas crianças. Em seguida, surgiram os bonecos elaborados com barro.
As improvisações foram dando lugar ao imaginário das pessoas. A criatividade e o talento dos orientais impulsionaram o nascimento oficial do teatro de bonecos, principalmente a partir de experiências vivenciadas na China, Índia, Java e na Indonésia, onde ganhou status e foi tratado reverência pela população e pelos representantes da nobreza. “O trabalho com bonecos é um ofício que requer dedicação. É uma arte que envolve a criação e ao mesmo tempo a manipulação”, destaca Motta.
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