O risco de quem especula
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Foto: cadeodinheiro.wordpress.com
Em fevereiro de 2011, Alexandre Schwartsman, então economista-chefe do banco, envolveu-se num bate-boca com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, ao taxar de “contabilidade criativa” a cessão onerosa de 5 bilhões de barris da União para a estatal. Os dois participavam do seminário
“Cenários da Economia Brasileira e Mundial” e Gabrielli defendeu a operação, dizendo que era uma forma de fazer caixa. Na réplica, o economista ressaltou que “caixa é dinheiro, não é promessa”. Irritado, Gabrielli tentou encerrar a discussão: “Não é promessa nenhuma. São fatos”.
Afirmou também que o dinheiro já estava em poder do Tesouro, mas ouviu resposta irônica. “Só na cabeça dos contadores do Tesouro”. Schwartsman pagou caro pelo ataque. Dez dias depois, foi demitido do Santander, sem maiores explicações.
Alexandre Schwartsman, na verdade, estava na alça de mira há muito tempo. Ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central no governo Lula, ele havia se transformado em crítico feroz da política econômica. E o debate em público foi a gota d'água. O episódio dessa semana é bem diferente. O atual economista-chefe do Santander é Maurício Molan, no cargo desde março de 2011.
Ao contrário do antecessor, adotou uma postura de low profile. Dá poucas entrevistas e pouco aparece em eventos. Nem de longe tem na mídia o destaque de Octávio de Barros e Ilan Goldfajn, respectivamente economistas-chefes do Bradesco e do Itaú. Sua opinião não chega a surpreender. Na virada do ano, por exemplo, Molan previu que o cenário de 2014 seria afetado pela política fiscal e pela alta dos juros. “Isso vai significar um crescimento menor”, disse.
Pelo perfil de Molan, fica evidente que não partiu dele o informe pessimista enviado aos clientes “Select” do Santander. Sob o título “Você e seu dinheiro”, comenta-se o fato de a Bolsa estar subindo sempre que as pesquisas apontam queda de Dilma nas intenções de voto para a eleição de outubro. Eis a conclusão: “Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, o câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam a alta e o índice Bovespa cairia”.
Haveria deterioração dos fundamentos econômicos. Ao saber do texto, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o Santander estava praticando “terrorismo eleitoral”.
No Planalto também houve indignação. Apesar do pedido de desculpas do presidente mundial do Santander, Emilio Botin, foi cancelada a participação do vice-presidente Michel Temer, na abertura, ontem, do III Encontro Internacional de Reitores, promovido pelo banco.
Fontes do Santander informaram que “todos os responsáveis pela elaboração e pela aprovação do texto serão demitidos após investigação interna”. O banco ameaça repetir a resposta radical que foi dada à ousadia de Schwartsman. Bem melhor seria a presidente Dilma passar uma borracha no episódio.
Ontem, em São Paulo, ela afirmou que que acha inadmissível a interferência de instituições financeiras no processo eleitoral. E lembrou que, em 2002, quem especulou contra a eleição de Lula se deu mal. Mas explicou que ainda não sabe exatamente o que vai fazer. “Eu sou presidenta da República, tenho de ter uma atitude mais prudente”, explicou. É isso aí. É um problema menor. Fora da órbita da presidenta.
Octávio Costa/Brasil Econômico/JE
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