Foto:Divulgação

Ponta Porã cidade com 78 mil habitantes, fronteira com Pedro Juan Caballero, completa nesta sexta-feira, 18 de julho, 102 anos de Emancipação Política e Administrativa.

O município cresceu de forma harmoniosa com o país vizinho Paraguai, no qual mantém uma pacifica convivência, com a quinta economia do estado, é parte importante da construção histórica e cultural de Mato Grosso do Sul.

Ao longo dos anos a economia foi marcada pela expansão comercial dos ciclos da erva mate, café e madeira, responsável pela imigração de diversos povos oriundos do sul e norte do país, bem como de paises estrangeiros como:Argentina, Paraguai e Japão.

Com o passar dos anos a mudança de perfil econômico estabeleceu um novo rumo, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que tiveram nos habitantes do sul do país, sua principal expansão nas décadas de 70 e 80, assim como a produção de agricultura familiar produzida pelos orientais.

A fronteira seca com o país vizinho possibilitou a consolidação do chamado Turismo de Compras, fortalecendo o comércio, atualmente o segundo maior gerador de empregado de Ponta Porã.

Ponta Porã cresceu nos últimos anos sempre associado a integração sócio-cultural com Pedro Juan Caballero. “Não tem como desassociar, somos dois povos que se tornam um, pela história, costumes e tradições que nos aproximam” lembra o Professor e Historiador Sacha Cardona.

O município de fronteira possui fatos e momentos marcantes em sua trajetória, com praças, instituições de ensino, clubes de serviços e prédios públicos que ajudam a traduzir cada instante.

O Empresário Anderson Carpes, também exalta a integração como fator fundamental para o desenvolvimento de Ponta Porã. “Temos um povo hospitaleiro e trabalhador, com características próprias.Temos um clima único, e atrativos históricos e culturais que atraem os visitantes” frisou.

A rica diversidade cultural e histórica vem permitindo um novo momento para Princesinha dos Ervais, assim denominada pelo então Bispo Dom Aquino em visita a Ponta Porã, na década de 1930.

Em seus 102 anos de existência Ponta Porã, alcança a maturidade enquanto município, buscando aliar suas potencialidades históricas, culturais e econômicas em favor do desenvolvimento.

“Ponta Porã possui um perfil diferente.A interação da população de ambas as cidades, cultura e línguas, se misturam que até confundem um observado externo, para o fato de ser brasileiro ou paraguaio” salientou Miguel Moraez, secretário executivo do Convention Visitors & Bureau Turismo sem Fronteira.

Este novo momento vem possibilitando um município pulsante, atraente, tendo em sua gente o modelo de integração entre dois povos.

Ferrovia

Ponta Porã completa 102 anos, impulsionada por uma rica história que ajuda a formar a identidade cultural de Mato Grosso do Sul.

Com inúmeros fatos e curiosidades, é impossível não mencionar a importância da Ferrovia como fator preponderante para o desenvolvimento social, econômico e cultural de Ponta Porã.

A Estação Ferroviária de Ponta Porã foi inaugurada em 19 de abril de 1953, iniciando um período fundamental para o crescimento e desenvolvimento de Ponta Porã e a cidade de Pedro Juan Caballero, Paraguai.

Por meio do ramal Corumbá, Campo Grande, Maracaju e Ponta Porã, chegavam imigrantes, trabalhadores de diversos lugares do país e do mundo, atraídos pelo ciclo da madeira e café.

Muitos chegavam com sonhos e projetos com o objetivo de se fixar na fronteira entre Brasil e Paraguai, outros de cumprir com a obrigação profissional.Para os moradores locais, aguardar familiares, amigos ou mesmo apenas para ver o trem chegar, já era uma diversão garantida.

Esta fase romântica chegou ao seu final na década de 90, com o sucateamento de muitas ferrovias, deixando para trás um momento importante da história de Ponta Porã.Atualmente por meio de uma parceria o prédio da Estação Ferroviária de Ponta Porá, localizada na General Osório, 2.150 abriga projetos esportivos e culturais desenvolvidos pela Prefeitura Municipal, através da SEJUL-Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer e a FUNDAC-Fundação da Cultura de Ponta Porã que atende milhares de crianças de segunda a sexta-feira.

Conforme informação do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o transporte ferroviário no Brasil possui pouco menos de 30 mil quilômetros de extensão por 22 estados e Distrito Federal.A implantação das ferrovias no Brasil se deu a partir da década de 1850, sendo as primeiras ferrovias estimuladas por capitais nacionais e estrangeiros (especialmente o inglês), o principal motivador era o transporte de cargas.

Segundo historiadores a grande expansão das ferrovias brasileiras se dá no inicio do século XX.Em 30 de setembro de 1957, é criada a Rede Ferroviária Federal S/A reunindo 22 ferrovias brasileiras.Na década de 90 ocorre o processo de desestatização da RFFSA.

Somente a partir do fim da década de 1930 seria iniciado o prolongamento da Estrada em direção a Corumbá, ao mesmo tempo em que se iniciava a construção de um ramal, partindo das imediações de Campo Grande para Ponta Porã.

Esta iniciativa tinha o objetivo de ligar a rede ferroviária brasileira á República do Paraguai.Na mesma época começou a ser construída uma ferrovia entre Corumbá e a cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra.Todos os trechos foram construídos na primeira metade de 1950.