Vendas do Brasil à Argentina já caíram US$ 3 bilhões no ano
Brasil - Economia - Mercadorias Brasileiras
Barreiras do país vizinho a produtos importados estão dificultando a entrada de mercadorias brasileiras.
A crise econômica argentina e as barreiras criadas pelo governo do país vizinho para evitar saídas de recursos já causam impacto significativo na balança comercial brasileira.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações do Brasil para a Argentina despencaram 18,4% nos primeiros oito meses deste ano sobre igual período de 2011 - de US$ 14,6 bilhões para os atuais US$ 11,9 bilhões.
Há um desvio de foco do governo de Cristina Kirchner sobre sua atual conduta política econômica, afetando diretamente seus parceiros comerciais, principalmente o Brasil, disse ao Brasil Econômico uma fonte ligada ao governo argentino.
"O governo de Cristina desvia recursos que deveriam ser investidos na indústria, responsável por aumentar o superávit do país, para subsidiar o crescente número de funcionários públicos e suas elevações de salários, simplesmente para aumentar sua popularidade", afirma a fonte.
A Argentina vem usando mecanismos protecionistas, como o aumento da burocracia na importação de produtos, para tentar salvar o saldo de sua balança comercial, estimada em US$ 10 bilhões para este ano.
Diante deste cenário, que dificulta a entrada de produtos brasileiros no mercado argentino, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, é enfático ao afirmar que o saldo da balança comercial brasileira deve cair este ano para US$ 12 bilhões, contra o robusto resultado de US$ 29 bilhões em 2011.
"Já o resultado com a Argentina, que foi de US$ 5,8 bilhões em 2011, cairá para algo em torno de US$ 2,5 bilhões e US$ 3 bilhões."
Mas a torcida para que as coisas melhorem por lá não deve ser tão benéfica para o Brasil. Castro lembra que a retomada de fôlego econômico argentino pode levar o vizinho a estreitar suas relações comerciais com a China.
"Já há uma aproximação grande entre eles, com o gigante asiático comprando principalmente commodities, um dos setores fortes da economia argentina. E é exatamente isso que a Argentina precisa agora, dinheiro para sua economia. Com essa abertura de mercado entre esses dois países, podemos perder o nosso terceiro maior parceiro comercial", destaca.
Para tentar contornar essa situação, José Augusto afirma que uma das saídas é o Brasil procurar fazer parcerias com outros mercados fora do Mercosul. Mas com o agravamento da crise econômica nos países da Europa, essa possibilidade tem poucas chances de sucesso no curto prazo.
"O Brasil está numa camisa de força. Além do problema da crise, nós não temos acordo com países fora do Mercosul, o que torna nossos produtos caros e nada competitivos no mercado externo. Estamos em desvantagem", aponta.
O ex-secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Weber Barral, segue na mesma linha de Castro, mas considera que apesar de o Brasil perder a participação da Argentina nas relações comerciais, o efeito para a balança comercial pode ser compensado pelo aumento das exportações de commodities agrícolas e minerais.
"São esses produtos que até então seguram o nosso saldo, o que deve ser mantido", opina.
Segundo o ex-secretário de política econômica do Ministério da fazenda, Júlio Gomes de Almeida, a Argentina precisa do Brasil para poder vender seus produtos. Contudo, isso não é suficiente mesmo que essa crise seja resolvida no curto, médio e longo prazos.
"A Argentina quer achatar o mercado brasileiro, mas ao mesmo tempo ampliar as exportações de seus manufaturados."
brasileconomico.ig.com/KF
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