Quarta-Feira 05/11/2025 03:11

Hostilidades e antipatias: Espanha leva para casa as vaias dos brasileiros

Brasil - Esporte - FIFA World Cup

Foto: Fernando Martins

A Espanha disputou oito jogos no Brasil no último ano. Foi vaiada em todos. Começou na vitória de 2 a 1 sobre o Uruguai, no Recife. Mesmo com um primeiro tempo encantador do time de Vicente del Bosque, a torcida pegou no pé dos europeus.

O processo seguiu na partida seguinte, com o Maracanã totalmente favorável ao Taiti na goleada de 10 a 0 dos espanhóis. A situação começou a incomodá-los. O duelo posterior, 3 a 0 na Nigéria em Fortaleza, teve repetição de vaias. E o mesmo nas semifinais, contra a Itália. 

Aí virou irritação. Acontece que os espanhóis demoraram a entender que a hostilidade demonstrada pela torcida não era necessariamente um desrespeito. Que era consideração pelo perigo que esse time representava para o Brasil em campo. Que era respeito. Foi por isso que o apoio popular à Itália nas semifinais fez explodir de vez a rivalidade. 

Os espanhóis, com um estilo de jogo que remete ao futebol pentacampeão, esperavam apoio contra uma rival histórica da Seleção. Mas que nada.

Resultado: jornalistas que trabalham para a Federação chegaram a fazer gestos obscenos para torcedores brasileiros no Castelão depois de a Fúria avançar à final nos pênaltis. Quase deu briga. Pesou ali também o incômodo por a imprensa brasileira ter noticiado uma noitada dos atletas com garotas de programa em Pernambuco.

Na decisão da Copa das Confederações, a torcida não se limitou a torcer pelo Brasil no Maracanã: chamou a Espanha de timinho, provocou Piqué gritando o nome de Shakira, sugeriu, em cantoria, um romance entre Iniesta e o atacante Soldado (coitado, entrou na história só por causa da rima). A vitória de 3 a 0 teria sido menos saborosa para os brasileiros se houvesse outro time lá em vez da Espanha.

A hostilidade foi mais do que mantida em 2014: foi exponencializada. Em parte, por causa de Diego Costa e sua decisão de não defender o Brasil. Mas também pelo desinteresse do elenco espanhol em ser minimamente simpático com os brasileiros.

Uma cena foi emblemática: neste sábado, ao ir a uma churrascaria, os atletas passaram a poucos centímetros de dezenas de torcedores.

A questão não é que eles não pararam para dar autógrafos ou tirar fotos com os fãs, muitos deles crianças: eles não olharam na cara dos torcedores (exceção feita a Sergio Ramos, o mais afável do grupo com o público).

Um dia antes, alguns jogadores passaram por um shopping center de Curitiba, e novamente foram frios com a torcida. Cabe a ressalva de que a saída de Piqué de um restaurante causou tumulto – mesmo que quisesse atender os fãs, seria complicado. Quando ele ficou prensado na porta de um elevador, uma mulher disse ao zagueiro:

- Só olha pra mim pra eu tirar uma foto, Piqué. Minha filha fez até um poema pra ti.

Nada. E Piqué acabou escutando gritos de "eliminado", "Chile" e "Van Persie". Chegou a resmungar algo quando foi chamado de antipático - não foi possível escutar exatamente o que disse.

Tanto na Copa das Confederações do ano passado quanto na Copa do Mundo de 2014, funcionários que conviveram com a delegação espanhola (em hotéis, estádios ou no CT do Caju) reclamaram da falta de simpatia deles. O contato foi nulo.

- São marrentos – resumiu um segurança do Caju.

O convívio com a população (aquela ideia de que “futebol é para o povo”, defendida por Drogba) foi mínimo. No ano passado, Piqué participou de um evento beneficente no Rio de Janeiro e alguns jogadores saíram do hotel no Nordeste para tirar fotos a pedidos de jornalistas espanhóis. Este ano, Sergio Ramos bateu bola com crianças de um projeto da Unicef dentro do CT. E só.

Por outro lado, desde o desembarque para a Copa, houve hostilidade aos atletas. Eles foram recebidos com gritos de “Brasil” ao chegar ao Caju no dia 8. Quando abriram um treino à torcida (um pedido da Fifa), viram Diego Costa ser xingado – nesse dia, Piqué e o próprio Diego deram camisas a crianças. 

E, mais uma vez, as vaias foram presentes nos jogos – a goleada de 5 a 1 para a Holanda, a derrota de 2 a 0 para o Chile e a vitória de 3 a 0 sobre a Austrália. A torcida sempre se mostrou favorável aos adversários da Espanha. E o resultado em campo foi novamente decepcionante. A Fúria, eliminada ainda na primeira fase, voltou para casa nesta segunda-feira.

Jogadores opinam

Os jogadores falaram sobre essa relação. Para Cazorla, titular na despedida da equipe, contra a Austrália, não houve antipatia por parte da Espanha. 

- Bom, está claro que não tivemos o carinho das pessoas, mas são coisas do futebol. Acho que a Espanha sempre teve o carinho de todo mundo. Nós fomos carinhosos com as pessoas, mas isso é algo de que pouco falamos. Cada um defende suas cores – disse ele.

Questionado sobre o episódio da churrascaria, em que os atletas sequer olharam para os fãs, o jogador minimizou o fato:

- Não creio que tenha sido assim. Cada um tem sua opinião e é preciso respeitá-la, mas sempre estivemos junto com o povo espanhol. Gostei do Brasil, mas agora temos que ir embora e pensar no futuro.

E teria esse ambiente influenciado nas derrotas da Espanha? O goleiro Pepe Reina acredita que não.

- Eles (os brasileiros) nos veem como um adversário muito forte e se colocam contra. Pouco nos importa. Também recebemos muito carinho. Ficamos muito bem aqui. Nada no Brasil nos fez mal. As pessoas têm carinho. Foram meras questões futebolísticas – opinou.

As duas piores derrotas da Espanha em Copas aconteceram no Brasil: 6 a 1 para a Seleção em 1950 e 5 a 1 para a Holanda em 2014. Também foi no país que os campeões mundiais sofreram seus maiores baques recentes, as perdas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Foi em território verde-amarelo que a maior geração do futebol espanhol rompeu seu ciclo de vitórias. E vaiada, sempre vaiada.

Alexandre Alliatti, Felipe Schmidt e Fred Gomes/Globo Esporte/JE

Espanha, disputa de jogos, vaias nos jogos, vitórias e derrotas

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