Segunda-Feira 23/06/2025 20:28

Atenção ao clima

Brasil - Fenômenos da Natureza - Atenção ao Clima

A cana de açúcar é uma planta essencialmente tropical, cultivada mundialmente entre as latitudes 36.7° N e 31.0° S, do nível do mar até 1000m de altitude, aproximadamente.

Seu cultivo é de longa duração e, portanto, convive durante seu ciclo de vida com estações chuvosas, secas, de inverno e de verão. Para que a cana tenha crescimento, produção e qualidade máxima, um “clima ideal” é exigido.

Em um ambiente perfeito, onde ela teria aproveitamento absoluto, o clima seria composto por uma estação longa, quente com alta incidência de radiação solar e umidade adequada e outra razoavelmente seca, ensolarada e fresca, mas sem geadas para amadurecimento e cultivo. Entretanto, a realidade meteorológica tem sido bem diferente nos últimos anos.

Durante a safra 2010/2011 o clima foi predominantemente seco, resultando em uma moagem 4,31% menor do que era esperado no País.

Seguindo com clima desfavorável, a safra de 2011/2012 também deixou a desejar. A região Centro-Sul brasileira teve a menor produtividade dos últimos 24 anos, um registro atípico que resultou em uma produção 18% menor em relação à média histórica.

A forte estiagem registrada em dezembro do último ano atrasou o desenvolvimento da cana, que depois de um período de chuvas em janeiro voltou a sofrer com um novo período de seca, acontecimento que reduz sua massa e, consequentemente, a produtividade da planta.Todas esses fatores, que são acumulativos, explicam a situação da safra 2012/2013.

Dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) apontam que a quantidade de cana-de-açúcar processada na safra atual, até primeiro de julho, pelas usinas da região Centro-Sul do País, totalizou 128,3 milhões de toneladas.

No mesmo período do ano passado, este montante foi contabilizado em 177,7 milhões de toneladas, o que representa um recuo de quase 30%, fato que prejudica toda a cadeia produtiva.

Cerca de 50% da cana processada foi destinada à produção de etanol, o que gerou 4,82 bilhões de litros produzidos, sendo 1,46 bilhão de litros de etanol anidro e 3,36 bilhões de litros de hidratado.

Estes números são 32,6%, 50,3% e 22,5% menores em relação a última safra, respectivamente. Já a produção de açúcar alcançou 6,69 milhões de toneladas, contra os 9,4 milhões de toneladas do ano passado.

Essa queda de produtividade se deve ao fato de que o clima instável afeta diretamente na quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) da cana-de-açúcar.

Também no mesmo período, a concentração de ATR foi inferior em 3,88% em relação ao ano anterior. Até o momento, são 118,56 kg de ATR por tonelada de matéria-prima deste ano contra 123,34 kg de ATR por tonelada em 2011.

Após todos estes dados, é quase palpável a noção de que o clima tem relação direta com a produção sucroenergética. A única forma de as usinas se protegerem e, assim, reduzir prejuízos é o estudo detalhado das condições climáticas, algo que a maioria ainda não realiza de maneira correta ou simplesmente ignora.

Tecnologias e estudos climáticos

Uma medida que deve ser adotada para evitar ou minimizar problemas com a safra é a combinação de tecnologias de ponta e estudos climáticos.

A agrometeorologia, ramo em expansão entre grupos sucroenergéticos brasileiros, estuda as relações de causa e efeito das condições meteorológicas com o meio rural e a produção agrícola.

Através de estações meteorológicas, o Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP) abriga informações meteorológicas diárias em forma digital, referentes às séries históricas da rede de estação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

São três milhões de dados referentes às medições diárias sobre precipitação, temperatura do bulbo seco e úmido, temperatura máxima e mínima, umidade, pressão e condições de ventos.

Estas informações, quando bem aplicadas, solucionam não só o problema da cultura da cana, como também questões relacionadas à pulverização, fertilização de solo e riscos de queimadas.

O zoneamento agrícola, conjunto de estudos destas informações, delimita as regiões com potencial de clima e solo para a exploração e cultivo de determinada cultura. Assim, ele determina a melhor época para o plantio, com uma probabilidade menor de coincidirem com as adversidades climáticas.

Os pesquisadores e técnicos analisam as séries climáticas históricas de, no mínimo, quinze anos, relacionando-as ao ciclo das cultivares, tipo de solo e oferta de água. Desta forma, os agricultores podem se proteger das condições climáticas em fases mais sensíveis das lavouras.

“O número de usinas que já dispõe de infraestrutura adequada para fazer o monitoramento agroclimático de suas áreas ainda é pequeno”, informa Paulo Cesar Sentelhas, professor Doutor de agrometeorologia da Esalq/USP, “mas a tendência deverá ser de um aumento na procura por equipamentos e serviços agrometeorológicos, assim que ocorra a recuperação do setor”.

Em Goiás, duas usinas são conhecidas pelo acompanhamento agrometeorológico de suas produções. Denusa (Destilaria Nova União), em Jandaia, e Usina Goianésia S/A, em Goianésia, utilizam redes meteorológicas privadas para melhor planejar suas produções.

Porém, nem todas as usinas necessitam de tecnologia privada para ter acesso a esses estudos, apesar de ser aconselhável que tenham estações próprias.

Muitos grupos utilizam redes de estações meteorológicas públicas, principalmente a do INMET. A falta de uma estação própria pode causar um atraso de informações, já que as públicas não abrangem todo o território nacional e, muitas vezes pela distância, seus dados chegam atrasados. Rosidalva Lopes, superintendente de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (Sectec), afirma que uma solução seria o investimento, por parte das usinas, em estações privadas.

“Sentimos a falta de envolvimento por parte de usinas. Muitas vezes elas já possuem todo o maquinário, mas não ajudam a expandir as pesquisas em desenvolvimento. O fornecimento de dados é essencial”, conclui.

Recomenda-se, então, que estas usinas adquiram uma estação privada e, a partir desta, enviem dados ao INMET, melhorando a qualidade e confiabilidade das informações geradas.

Segundo Paulo Cesar, “é perfeitamente possível ter uma estação meteorológica. Atualmente, estações automáticas podem ser adquiridas por valores entre R$ 5 mil e R$15 mil, dependendo da qualidade dos sensores e do sistema de aquisição e transmissão dos dados”.

A vantagem das automáticas em relação às manuais diz respeito à quantidade de informações coletadas. Dados como radiação solar, temperatura, umidade relativa e velocidades de ventos e chuvas só podem ser revelados por estações automáticas. Cabe aos usuários avaliarem a melhor relação custo-benefício dos diversos equipamentos disponíveis no mercado.

O Jornal da Bionenergia/JE

cana de açúcar, planta essencialmente tropical, nível do mar, 1000m de altitude

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