Foto: Globo Esporte

O resultado conquistado fora de casa, contra um dos líderes do Brasileirão e com a pressão de quase 40 mil torcedores, foi comemorado pelo Botafogo.

Principalmente pelo ponto ter sido garantido no fim da partida contra o Corinthians, após belo lance de Edilson. O lateral-direito, aliás, foi o principal destaque entre os jogadores de linha e fez de tudo para evitar a iminente derrota diante das estatísticas de superioridade do rival. Além dele, a participação do goleiro Renan também foi decisiva.

Mas para chegar à igualdade no placar novamente e calar o palco da abertura da Copa do Mundo o caminho foi longo.

Passando por impedimentos do único atacante de fato no esquema tático de Vagner Mancini, dezenas de erros e falta de inspiração de volantes e meias na armação das jogadas e até balões pretos e brancos no gramado, que interromperam a reação gloriosa. 

UMA ANDORINHA SÓ...

Jogando como meia, Edilson não conseguiu brilhar, mas foi o mais lúcido do setor do Botafogo. Com boas tabelas, brigou no ataque e também na defesa, com roubadas de bolas.

Voltou a ser lateral-direito nos 25 minutos finais e, curiosamente, mesmo com as obrigações defensivas, pôde chegar à frente com desenvoltura para marcar o gol de empate, em jogada de força e sorte, porque a bola bateu em dois adversários e na trave antes de entrar. Edilson foi o mais participativo do Bota, com 27 passes distribuídos.  

LINHA BURRA

Um velho problema de Ferreyra voltou a dar as caras em seu retorno ao time. O argentino, que substituiu Emerson Sheik, suspenso, ficou em impedimento três vezes - duas delas nos primeiros 15 minutos. Parece que o Tanque às vezes não presta muita atenção na linha defensiva.

Único atacante de ofício na estrutura tática, o camisa 9 recebeu poucas bolas, é verdade, mas quando ela foi levantada na área, ganhou só uma - e parou nas mãos de Walter.

SEM FESTA NO PLAY

Um fato inusitado interrompeu o jogo na Arena Corinthians duas vezes: dezenas de balões pretos e brancos caíram no gramado durante o segundo tempo e atrapalharam os times.

A ponto de haver confusão com a bola em alguns momentos e fazer o árbitro autorizar que funcionários do clube entrassem para recolher e estourar as bexigas. Parte da torcida corintiana achou graça da situação e também não ajudou muito ao atirá-las em direção ao campo. 

PÉ RUIM NA ARMAÇÃO

Entre Airton, Bolatti, Edilson, Wallyson e Zeballos, meio-campistas responsáveis pela armação das jogadas, foram 29 passes errados.

Sem falar nos desarmes sofridos e lances desperdiçados. Por isso, o Botafogo chegou pouco à área do Corinthians e até os 20 minutos do segundo tempo havia chutado somente duas vezes. Os volantes, em especial, foram muito mal, mostrando lentidão para acompanhar Bruno Henrique, Petros e Jadson. Mas Wallyson foi o recordista de erros, com oito. Meio atabalhoado, Zeballos fez cinco faltas. Ninguém o superou.

SEGURANÇA NA META

Renan fez cinco defesas difíceis na partida e, ao lado de Edilson, contribuiu para evitar que o Corinthians ampliasse o placar. O goleiro faz sua segunda boa atuação seguida e mostra que a má fase do início do ano ficou para trás. Sem Jefferson, com a Seleção, o camisa 12 cumpriu seu papel com louvor.