Demi Lovato e outras bad girls -- e boys -- que viraram bons exemplos
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Foto: Veja
A lista de bons exemplos para os adolescentes atualmente não é das mais robustas. Enquanto Miley Cyrus fuma maconha no palco de uma premiação e raramente usa roupas, Justin Bieber vive como ninguém a fase do menino rico mimado e problemático, com processo por vandalismo e prisão por fazer racha com sua Lamborghini sob efeito de álcool. Já Demi Lovato segue o caminho inverso.
A cantora, hoje com 21 anos, despontou em 2008 com o filme da Disney Camp Rock e aparentava seguir a cartilha da boa moça. O que poucos sabiam é que aos 11 ela já se automutilava e sofria de depressão e transtorno bipolar. No auge da fama, aos 17, ela tinha bulimia e problemas com álcool e cocaína.
“Eu não conseguia ficar meia hora sem a droga. Em longas viagens de avião, eu levava a cocaína comigo e, quando todos estavam dormindo, ia até o banheiro para usá-la”, conta Demi em entrevista ao canal americano E!, em fevereiro deste ano.
Tamanha honestidade faz parte da nova fase da cantora que, após o colapso sofrido em 2010, que a levou à clínica de reabilitação, decidiu levantar a bandeira dos adolescentes que têm problema de autoimagem e/ou passam por algum dos muitos problemas psicológicos ou de vícios superados por ela.
Como prova de que se até ela, uma garota que aparentemente tinha tudo, passa por dificuldades e consegue sobreviver, então todos seus seguidores também conseguirão.
“Acho saudável a postura de superação da Demi Lovato. Os adolescentes têm esse jeito de funcionar. Eles se apoiam em uma figura mítica que se torna um modelo. E é bom ter modelos positivos”, diz Dartiu Xavier, psiquiatra e coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
“Adolescentes têm mais propensão a usar drogas por causa da fase - que é perigosa. Eles são mais influenciáveis e possuem a necessidade de serem aceitos em determinados grupos”, diz Ivan Mário Braun, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da USP e autor do livro Drogas: Perguntas e Respostas (Editora Sumuss), sobre os riscos da fase.
Autoajuda
Nos pulsos de Demi Lovato está tatuada a frase Stay Strong (permaneça forte, em tradução livre). A tatuagem inicialmente tinha duas funções: esconder as cicatrizes da automutilação e servir como um lembrete diário de seu processo de recuperação. A frase acabou se tornando um slogan, que deu título ao documentário Demi Lovato: Stay Strong, apresentado em 2012 pela MTV, e ao livro Demi Lovato – 365 Dias do Ano (Staying Strong), editado no Brasil pela BestSeller. Nas páginas, ela traz citações e reflexões diárias motivacionais, direcionadas a jovens em crises.
O estilo autoajuda foi aprendido pela cantora na rehab CAST Recovery, em Santa Mônica, nos Estados Unidos, onde ela ficou internada durante três meses e, recentemente, lançou o programa Lovato Treatment Scholarship, que paga pelo tratamento de jovens que não possuem condições financeiras.
Segundo apurou o site de VEJA, a clínica cobra 14.000 dólares (cerca de 31.000 reais) por mês para um tratamento parecido com o de Demi. Logo, a cantora desembolsou no mínimo 42.000 dólares (93.000 reais), apenas pelo período de internação.
Recuperação
Enquanto no Brasil pouco se fala de artistas brasileiros que se envolvem com drogas, nos Estados Unidos, passar por uma rehab é quase parte da carreira dos que iniciam cedo a vida artística. Caso de nomes como Selena Gomez, Zac Efron, Britney Spears e Lindsay Lohan, todos ex-estrelas da Disney. Contudo, a taxa de sucesso para uma recuperação de dependência química é baixa, como afirma Xavier. “As melhores clínicas de recuperação têm uma taxa de sucesso de 35%. Então temos 65% que não se recuperam, o que não significa que a pessoa não tenha benefícios. Hoje trabalhamos com uma estratégia de diminuição de riscos. A pessoa não abandona totalmente a droga, mas estabelece padrões de consumo menos agressivos”, conta.
A estratégia é seguida pela atriz americana Drew Barrymore, que possui um histórico parecido com o de Demi, só que era ainda mais jovem quando se envolveu com álcool e cocaína. Aos 13 anos, ela já estava na rehab. “Eu não estou completamente sóbria. E nem tento mais estar. Porém, eu encontrei um equilíbrio”, conta Drew em entrevista de 2009 para a revista Parade.
Para o especialista Ivan Mário Braun, um indivíduo alcança sucesso no tratamento se estiver motivado para isso. “O fator central para a recuperação é a vontade da pessoa para se tratar. Depois, é determinante a persistência no tratamento, que pode durar anos, assim como o acompanhamento de bons profissionais em todo o processo”, diz.
Marca
Além de ter que lidar com o processo de recuperação da saúde, as celebridades que passam por dramas parecidos com o de Demi, Drew, Lindsay, entre outros, precisam também recuperar a sua marca. “O artista se torna uma marca efêmera, pois sua fama está ligada à vida pessoal. Logo, qualquer comportamento positivo ou negativo afeta o valor dessa marca e a percepção dela pelo público”, diz Astrid Façanha, professora de análise da linguagem e design de moda do Centro Universitário Senac.
Sendo assim, Demi optou pelo caminho básico do marketing pessoal. Assumiu seus erros, fez o tratamento e recuperou sua imagem inicial de boa garota que canta para adolescentes. “Ela tem feito uma transição com naturalidade para a vida madura. Uma mudança de imagem demanda um processo longo, e não radical”, diz Astrid ao comparar casos como o de Demi com o de Miley e Lindsay.
Outro que conseguiu recuperar sua marca inicial foi o ator Robert Downey Jr., intérprete do icônico Homem de Ferro. Downey passou os anos 1990 entrando e saindo de rehabs, além de uma passsagem pela prisão. Desde 2003 ele diz se manter sóbrio, porém, não costuma falar tanto sobre o assunto quanto Demi, por exemplo. “Ele já era um artista cult antes do problema com as drogas, então, apesar da imagem arranhada, ele manteve o papel de bad boy e continuou a pegar papéis adequados a essa característica”, analisa Astrid.
Raquel Carneiro/Veja/JE
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