As derrapadas da GM no caso do recall atrasado em dez anos
Mundo - Negócios - Segurança Automobilística
Foto:Divulgação
As empresas não estão livres de cometer erros, apesar da consciência de que alguns deles podem ser fatais. Mas, no caso da General Motors, omitir as falhas em vez de corrigi-las tem feito com que a companhia perca a credibilidade pouco mais a cada dia.
A montadora demorou dez anos para avisar os usuários e corrigir uma falha grave em vários de seus modelos, por receio da iniciativa custar mais do que o esperado e de isso atrapalhar a venda de seus outros modelos.
Como resultado, 13 pessoas morreram e 6,3 milhões de carros com defeitos no sistema de ignição terão de ser consertados ao redor do mundo. O problema mais grave envolve os airbags dos Cobalt, Pontiac 5, Saturn Ion, Sky e Solstice, produzidos entre 2003 e 2011.
Calcula-se que o impacto negativo com o recall seja o dobro que o estimado inicialmente pela companhia: 750 milhões de dólares no primeiro trimestre. Além do custo do reparo, a GM que teria de pagar uma multa de 35 milhões de dólares, mais indenizações.
Com a situação, a GM virou objeto de investigações do departamento de Justiça americano, da Agência de Segurança nas Estradas (NHTSA, sigla em inglês) e do Congresso.
Veja, a seguir, como a GM tem derrapado no caso do recall histórico que já deixou 13 mortos até agora.
A omissão
De acordo com fontes da empresa, os engenheiros da GM tiveram um desafio e tanto no ano de 2000, época em que as margens da empresa encolhiam e sua liderança nos Estados Unidos desmoronava.
Eles teriam de fabricar os Chevrolet Cobalt e os Saturn Ion por um custo menor, nem que fosse com o uso de peças de outros carros já existentes.
Engenheiros teriam descoberto a falha fatal na chave de ignição em 2001 enquanto desenvolviam o Ion. Na época, uma mudança no desenho do projeto foi feita. Mas, até 2003, a empresa seguiu recebendo reclamações de usuários.
Em 2004, a necessidade de correções foi apontada novamente, mas a GM não queria atrasar o lançamento do Cobalt, ávida pelos lucros que a nova marca traria.
As informações foram divulgadas no cronograma submetido pela GM em 24 de fevereiro à Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos EUA, a reguladora de segurança automobilística do país.
A estratégia não deu certo e, em 2009, a companhia entrou para o processo de proteção à falência e foi tomada pelo governo norte-americano, até dezembro do ano passado.
Falha inevitável
Há dois meses no cargo, a CEO da GM, Mary Barra, afirmou, por meio de um vídeo aos funcionários, que a empresa está mudando a postura de lidar com os recalls.
A montadora ainda iniciou uma investigação interna e, ontem, Mary prestou depoimento no Congresso, em Washington - um dia antes, ampliou o número de carros que precisam de reparos.
"Isto começa com minhas sinceras desculpas a cada um que tenha sido afetado por este recall. Estou muito aflita com a situação”, disse ela. "A GM de hoje fará o que for correto."
Resta saber agora quanto e como a falha grave de gestão custará à imagem e caixa da companhia.
Exame/RMC
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