Detentos participam de grupo de autoajuda para superar uso de drogas
Estado - Ações Públicas - Casa do Albergado
Imagem:Divulgação
Sensibilizar e orientar os detentos sobre a doença da drogadição, mostrando-lhes as consequências maléficas das drogas à saúde física e mental e ao convívio social, oferecendo-lhes alternativas de superação por meio de encaminhamentos a comunidades terapêuticas disponíveis.
Com essa proposta, está sendo desenvolvido no Estabelecimento Penal de Regime Aberto Casa do Albergado de Campo Grande (Epraca) o Projeto Renascer.
A iniciativa acontece no estabelecimento prisional há cerca de nove meses e envolve discussões em grupo baseadas nos "Doze Passos de Narcóticos Anônimos". A ação é coordenada pelo Patronato Penitenciário de Campo Grande, sob orientação da Divisão de Promoção Social da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).
A coordenadora dos trabalhos, assistente social Rita de Cássia de Souza Argolo Fonseca, explica que se “segue uma linha educativa, orientativa, de sensibilização e de encaminhamento”, pois, devido à rápida progressão de regime não se permite um trabalho de tratamento no próprio presídio. Ela destaca que em todos os encontros são trabalhadas questões como respeito, união, sigilo e espiritualidade.
A cada reunião, são reveladas histórias de vidas conduzidas à criminalidade pelo vício em entorpecentes. Na última, por exemplo, dos 16 participantes, 11 foram categóricos em informar que a dependência em drogas foi a causa de terem praticados crimes. “Comecei a fumar maconha com 14 anos, com 16 já cheirava pó, e acabei perdendo muitas oportunidades de emprego, acabei optando pelo crime para sustentar meu vício”, revelou um dos internos durante o depoimento.
Welton Oliveira dos Santos, 29 anos, promete ser uma história de superação. Ele conta que, a partir dos encontros do grupo, despertou a consciência de “todo o estrago” que as drogas traziam para a sua vida. Preso por furto – crime que, segundo ele, foi cometido para sustentar o vício – o detento conta que agora busca autorização judicial para ser internado para tratamento. “Vivo um dia após o outro de luta, e quero me tratar para não ter mais recaídas”, assegura.
Segundo a coordenadora do “Renascer”, são muitas histórias de recaídas, mas o grupo adota como filosofia a conquista de cada dia. “A primeira coisa é vocês se aceitarem como dependentes, e seguir um passo de cada vez, se falharem vocês voltam no primeiro passo e começam tudo de novo, numa luta dia após dia”, falou aos participantes durante a última reunião.
Para o diretor da unidade prisional, Mauro Cezar Barbosa Levermann, o desenvolvimento da ação no presídio é muito importante, pois é alta a incidência de custodiados que têm problemas com drogas lícitas e ilícitas (principalmente o álcool), ocorrendo, muitas vezes, regressão de regime por conta do uso no período em que estão fora da unidade.
Na opinião do dirigente, a troca de experiências durante as reuniões e as palavras de incentivo representam “um resgate, um estímulo para que possam se ajudar”. “E eles estão tomando gosto pelos encontros, vemos sempre um chamar e incentivar o outro a participar”, comenta, destacando que isso acaba refletindo também na melhoria no comportamento dos custodiados.
Desde que o trabalho na Casa do Albergado teve início, cerca de 720 custodiados já foram atendidos. O grupo atualmente conta com uma média de 16 participantes. Os encontros acontecem uma vez por semana no período noturno, já que os reeducandos passam o dia fora do presídio trabalhando, conforme é determinado para o regime aberto.
Parceria
O “Renascer” na Casa do Albergado conta com o apoio dos Alcoólicos Anônimos e, principalmente, do Projeto Jaboque, que oferece tratamento a usuários de entorpecentes.
A idealizadora e coordenadora do Projeto Jaboque, Scheila de Fátima Matheus, que já teve contato com as drogas e atualmente cursa faculdade de Serviço Social, estagiando no Patronato Penitenciário da Capital, explica que o projeto oferece internação aos adictos interessados em tratamento. Conforme ela, no momento 28 pessoas são atendidas em uma chácara cedida pela Igreja Palavra Cristã. No local, recebem todos os cuidados necessários ao tratamento, bem como estadia e alimentação, sem custo nenhum para elas.
De acordo com Scheila, por meio da parceria estabelecida com o sistema penitenciário, o projeto também está recebendo ex-detentos e os que estão em cumprimento de sentença em Regime Aberto e Liberdade Condicional. O Jaboque sobrevive da venda de artesanato e utensílios produzidos pelos próprios “drogadictos” internados na chácara, bem como com doações diversas. “Hoje, a nossa maior dificuldade está sendo a alimentação”, comenta.
Segundo a coordenadora, o projeto está aberto a doações e a quem quiser conhecer. Contato pode ser feito pelo telefone: (67) 9111-2991.
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