A Petrobras já foi solução para Dilma. Hoje é fonte de problemas
Brasil - Política - Intrigas Políticas
Foto: Ricardo Stuckert
O PT sempre usou a Petrobras como arma política. Nas duas últimas campanhas, seus candidatos diziam que o PSDB privatizaria a empresa se reconquistasse o poder. Acusados de mercadores do patrimônio nacional, os tucanos não tiveram repertório para responder aos ataques. A Petrobras foi usada como vitrine para alardear a competência administrativa de Dilma Rousseff — e, antes, a sorte de Lula pela descoberta em seu governo do “bilhete premiado” do pré-sal.
Lula proclamou a autossuficiência do petróleo, sonho geopolítico histórico do Brasil. Em 2010, Lula defendeu a eleição da desconhecida ministra Dilma, apresentando-a como a responsável pelo novo modelo energético brasileiro, em que predominariam a oferta abundante de energia e a cobrança de tarifas cada vez menores dos consumidores.
No palanque, ela foi a “Mãe do PAC”, gestora hábil, eficiente, a contraposição perfeita ao apagão de 2001, que foi vendido ao eleitorado como clara inépcia do governo Fernando Henrique. A estratégia funcionou em 2002, 2006 e 2010. Em 2014 pode funcionar, mas para os adversários. “A Petrobras virou a OGX da Dilma”, ironizou Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB.
A área de energia se tornou um poço de piche de problemas. O Brasil importa petróleo. Antes de os poços do pré-sal renderem um centavo sequer, deles parecem jorrar apenas alcatrão e terebintina política.
O risco de racionamento de eletricidade, antes inexistente no discurso oficial, foi reclassificado para “baixo” — mas é alto.
As tarifas, comprimidas por ímpeto populista e estatizante, em breve vão obedecer às implacáveis leis econômicas, buscar seu patamar realista, e os brasileiros vão pagar a conta — seja pelo aumento de impostos para recompor as finanças públicas, seja pelos dígitos a mais nas contas de luz e na bomba de gasolina.
Dilma e sua equipe econômica acreditam ter um dique capaz de segurar essas pressões inflacionárias e empurrar a encrenca para 2015. Pode até ser. Mas um desses problemas já escapou. É justamente o que vinha sendo a solução: a Petrobras.
A empresa de petróleo tem um ex-diretor preso pela Polícia Federal. O loteamento político já dá sinais de que minou sua eficiência.
O uso da Petrobras para pagar o bilionário subsídio no preço da gasolina fez com que secassem recursos para áreas e atividades vitais — entre elas, a manutenção das plataformas marítimas, as quais, segundo os próprios responsáveis, que não conseguem se calar diante do descalabro, estão quase todas sucateadas.
Visto de fora, o quadro apresentado pela Petrobras também é horroroso. Ela perdeu 30 bilhões de dólares em valor de mercado, a maior queda entre as empresas brasileiras. A Petrobras vale hoje a metade do que valia antes de Dilma subir a rampa do Planalto.
A estatal passou de pedra a vidraça, e os rivais já farejaram a fraqueza. A presidente acusou o golpe e, na semana passada, deflagrou uma operação de contenção de danos.
Um indicador infalível de que a coisa não está boa para um político é o fato de ele apanhar até quando faz a coisa certa.
Dilma ficou em péssima luz durante toda a semana passada por uma avaliação equivocada de seu comportamento em 2006, quando presidia o conselho de administração da Petrobras e o órgão autorizou por unanimidade a compra de uma refinaria em Pasadena, Texas.
O caso, revelado por uma reportagem de VEJA em 2012, tem contornos suspeitos — mas não por causa de Dilma e, tudo indica, até mesmo apesar dela.
O episódio ressurgiu no noticiário depois que a presidente respondeu a uma indagação feita pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre seu papel na aprovação do negócio.
Dilma convocou Graça Foster, presidente da Petrobras, que já chegou ao Planalto com uma nota explicativa pronta. Dilma considerou o texto vago e protocolar. Rasgou o papel e pôs-se a escrever de próprio punho a resposta.
Pôs um ponto-final e determinou que a nota fosse enviada ao jornal, que a publicou, e, assim, começou um vendaval de versões e interpretações, quase todas contra a presidente.
Robson Bonin, Rodrigo Rangel e Daniel Pereira/Veja/JE
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