A Eletrobrás estima investir recursos "bem próximos" aos 13 bilhões de reais previstos para 2012 em seu plano estratégico, informou nesta sexta-feira o presidente da empresa, José da Costa Neto, após participar do 1º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado. Para garantir os recursos, a empresa irá recorrer à captação. "Os recursos já estão equacionados", disse o executivo.

O presidente da estatal informou que não será possível alcançar os 13 bilhões de reais por causa de imprevistos, como atrasos em licenciamentos ambientais. "Mas o investimento será recorde, muito próximo do previsto", disse.

Em reunião com a presidente Dilma Rousseff e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na quinta-feira, Costa Neto reivindicou que a Eletrobras atue com dotação plurianual, o que resolveria um problema enfrentado atualmente, de atraso na contratação em primeiros semestres, por causa de burocracias. Isso explica, segundo o executivo, o fato de a empresa ter investido, de janeiro a junho deste ano, apenas 4 bilhões de reais dos 13 bilhões de reais previstos no ano.

Amazonas Energia - A Eletrobras está analisando os argumentos do Tribunal de Contas da União (TCU) para suspender a licitação da subsidiária Amazonas Energia, que tem por objeto a construção de uma térmica a gás na região Norte do País. "Durante o processo de licitação houve uma série de contestações pelos participantes. Mas o nosso pessoal fez o processo com todo o rigor e acreditamos que o problema será resolvido", disse o presidente da Eletrobras.

O TCU argumenta que a Amazonas Energia não garantiu isonomia de condições a todos os participantes da licitação. A construtora Andrade Gutierrez foi a única empresa aprovada para a concorrência, o que lhe garantiu a vitória, após a desqualificação dos demais concorrentes. O presidente da Eletrobras disse que a contestação do TCU não irá atrapalhar o cronograma, que prevê o início da operação da térmica antes da Copa do Mundo de 2014. A intenção é que a usina faça parte do sistema interligado de transmissão do país.

América Latina - O desafio para a Eletrobras nos próximos 50 anos será a integração energética do Brasil a toda a América Latina. "Teremos que incorporar outro Brasil ao Brasil e com uma diversidade hidrológica e de fontes e energia, que fará com que o ganho seja maior ainda", afirmou o presidente da Eletrobrás. Para o executivo, a integração terá não só o papel de unir o setor de energia brasileiro ao de outros países, como funcionar como indutora de desenvolvimento da região. "É uma integração também cultural e social, de grande benefício a todos os países da América Latina", disse.

O desafio atual da companhia, segundo Costa Neto, é viabilizar o acesso à energia a 1,5 milhão de brasileiros, o que deve acontecer até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff. O presidente da estatal afirmou que, em nove anos, a empresa integrou ao sistema elétrico 15 milhões de novos consumidores de eletricidade.