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Ainda há populares sem airbags e ABS à venda nas concessionárias, mas já é possível constatar que os ‘velhinhos’ foram afetados pela adoção do airbag e do ABS obrigatórios e também pela chegada de novos modelos ao mercado. Somadas, as vendas desses carros mais antigos caíram cerca de 18% quando comparamos o primeiro bimestre deste ano com o de 2013.

Em vias de trocar de geração, o Ka é o modelo que mais perdeu vendas no intervalo de um ano. Foram 61% causadas principalmente pelo fato de o hatch ter parado de ser produzido aos poucos em 2013. Depois dele, o Classic e o Celta, dois decanos do mercado, tiveram a maior queda: 38% e 36%, respectivamente. Nesse caso, o motivo foi a chegada do Onix e do Prisma, mais modernos e espaçosos, que viraram alternativa onde a Chevrolet não tinha produto moderno.

Corrida às lojas

Gol e Uno, que perderam suas versões mais baratas e antigas, tiveram uma redução nas vendas no começo deste ano mas não tão significativa como se esperava. Mas é apenas uma impressão. Segundo um executivo de uma montadora rival, houve uma corrida em janeiro para comprar os últimos exemplares do Gol G4 e do Mille e isso elevou artificialmente suas vendas. A tendência é que esses dois carros percam espaço no ranking nos próximos meses, o que já ocorreu em fevereiro com o VW – apenas 14 mil unidades foram emplacadas contra mais de 20 mil, geralmente.

Alguns modelos podem reverter essa queda no futuro já que serão renovados, mantendo apenas o nome atual. É o caso do Ka, que passará a ser um compacto global da Ford, e o Fox, que deve migrar para o lugar do Polo na próxima geração.

Esse movimento de renovação já ocorreu com dois modelos que estão entre os mais vendidos do País. O Siena, da Fiat, embora ainda seja vendido na versão Fire, ganhou uma releitura batizada de Grand Siena, e vende mais em 2014 que em 2013 – aumento de 25% nas vendas. Mas a prova maior dessa teoria é o Fiesta, da Ford. Graças ao ‘new Fiesta’, projeto mais moderno e com preço atrativo, o compacto figura entre os quatro carros mais emplacados no Brasil. A festa, no entanto, não vai durar muito já que o antigo Fiesta Rocam sairá de linha este ano, esvaziando esse boom de vendas.

Certo mesmo é que o mercado brasileiro ficará mais distribuído entre vários modelos em vez de concentrado em três ou quatro carros, como ocorreu nas últimas décadas. O Gol pode continuar como líder (caso o up! não assuma esse posto a médio prazo), mas sua presença será menos significativa. E isso é uma boa notícia.