Foto:Divulgação

Apesar das articulações em torno de uma aliança com o PT do senador Delcídio do Amaral, o governador André Puccinelli (PMDB) vê na pulverização de candidaturas à possibilidade de levar as eleições para o segundo turno em Mato Grosso do Sul. Como o PMDB nacional ameaça romper com a presidente Dilma Rousseff por se sentir desprestigiado durante a mini-reforma do governo, a ideia de aliança no Estado enfrenta maior dificuldade ainda de ser sacramentada. A ideia dos rivais no Estado seria construir um palanque encabeçado por Delcídio, tendo André Puccinelli como candidato ao Senado. O PMDB também negocia a indicação do vice e o suplente de senador. Diante disso, André Puccinelli resolveu incentivar candidaturas menos robustas para provocar segundo turno na eventualidade de estar em palanque oposto ao dos petistas. Um dos nomes contados para disputar o governo é o do presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, filiado ao PTB.

Embora não confirme a participação de Longen na disputa, o presidente regional do PTB, Ivan Louzada, já se manifestou anteriormente sobre a possibilidade de seu partido disputar o governo. Louzada acredita que com candidatura própria o partido terá melhores condições de eleger representantes para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados em outubro.

A estratégia do governador por outras candidaturas, incluindo as do ex-prefeito de Campo Grande e secretário de Articulação Institucional com os Municípios, Nelsinho Trad (PMDB) e Delcídio, tem o aval do deputado estadual Júnior Mochi, presidente regional do PMDB.

Questionado sobre a manobra, Mochi garante desconhecer a ideia do governador em incentivar outras candidaturas, no entanto, particularmente, acha interessante a participação de mais de dois candidatos no próximo pleito.
Segundo ele, além de representar mais alternativas para o eleitorado, existe grande possibilidade de segundo turno.

Outros nomes estão sendo lembrados para concorrer ao cargo. O prefeito de Dourados, Murilo Zauith (PSB), por exemplo, foi orientado pelo comando nacional do partido a entrar na disputa para fortalecer a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência da República. Murilo deve anunciar sua renúncia nos próximos dias. Por enquanto, o socialista está em fase de conversações com dirigentes partidários e lideranças políticas visando viabilizar sua candidatura e costurar alianças. Ele já esteve inclusive com o governador falando sobre sua candidatura. O deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), embora interessado no Senado, também pode entrar no páreo dependendo das articulações políticas. Outros partidos de menor expressão eleitoral, os chamados “nanicos”, como PSOL e PSTU também tendem a participar das eleições deste ano com chapas próprias.