Quase 7 milhões de jovens estão desempregados na América Latina e Caribe
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No Dia Internacional da Juventude, a OIT destaca a necessidade de adotar medidas urgentes.
Milhões de jovens pedem a suas sociedades mais e melhores empregos
O Escritório Regional da OIT para a América Latina e Caribe recordou hoje a necessidade de assumir o desafio político de oferecer oportunidades para quase 7 milhões de jovens que buscam trabalho, se consegui-lo e para uns 27 milhões que estão na informalidade, com salários precários e sem proteção e nem direitos.
“A celebração do Dia Internacional da Juventude, nesse 12 de agosto, nos deve recordar que é urgente adotar medidas específicas para esses milhões de jovens que pedem a suas sociedades mais e melhores empregos”, disse a Diretora Regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Elizabeth Tinoco.
Agregou que, apesar dos avanços em matéria de acesso à educação e às evidências sobre uma redução da pobreza na região, “o desemprego e os déficits de trabalho decente juvenil impedem aproveitar o potencial da geração melhor formada e educada que já tivemos”.
Desde a Guatemala, onde está em visita e realizando uma série de reuniões com interlocutores tripartites da OIT, Tinoco destacou que a falta de oportunidades, a inatividade e a frustração contribuem para gerar questionamentos ao sistema e, inclusive, comprometem a governabilidade.
“Se a sociedade não cria empregos de qualidade para os jovens, estes tendem a perder a confiança nas instituições democráticas”, comentou Tinoco. “O desalento gerado pela escassez de empregos decentes leva muitos jovens à inatividade. Cerca de 20% dos jovens latino-americanos não estudam, nem trabalham”.
“É um desafio político”. “Não podemos prescindir da contribuição dos jovens para construir sociedades prósperas e inclusivas em nossa região. A geração de emprego juvenil deve ser vista como uma maneira de aproveitar uma grande oportunidade para nossos países”.
De acordo com esses dados mais recentes, recopilados pelo Escritório Regional da OIT na América Latina e no Caribe, a taxa de desemprego urbano dos jovens entre 15 e 24 anos chega a 14,6%, mais do que o dobro da taxa geral (6,7%) e o triplo da taxa dos adultos maiores de 25 anos (5,3%).
Em números absolutos, estima-se que equivale ao redor de 6,8 milhões de jovens desempregados; ou seja, que buscam ativamente um emprego, porém não conseguem encontrar nada. Por outro lado, 6 em cada jovens que encontram uma ocupação somente conseguem ter acesso a empregos informais. Em números absolutos, são mais de 27 milhões de jovens.
“Estamos falando de uma proporção muito elevada dos 106 milhões de jovens latino-americanos e caribenhos”, disse o especialista regional em emprego juvenil da OIT, Guillermo Dema.
Dema destacou outros dados regionais recopilados pela OIT com base na informação disponível nos países que contam com estatísticas recentes sobre emprego juvenil:
- Cerca de 47 milhões de jovens encontram-se trabalhando ou estão buscando ativamente emprego. Representam a quinta parte da população economicamente ativa (PEA) urbana total da região.
– Deles, 6,8 milhões estão desempregados, e 40 milhões têm emprego.
– Ao redor de 59 milhões de jovens não fazem parte da PEA, seja porque estão estudando ou porque desistiram de buscar trabalho.
– Uns 20 milhões de jovens não estudam e nem trabalham (6,9 milhões de desempregados e cerca de 13 milhões que não estudam e nem buscam emprego).
– Mais de 60% têm empregos informais.
– 5,1 milhões de jovens são empreendedores.
– 63% de jovens que trabalham, ao redor de 25 milhões, não têm seguro de saúde e uma porcentagem similar não contribui para nenhum seguro de pensões.
Durante o primeiro semestre de 2012, o Escritório Regional da OIT para a América Latina e Caribe realizou consultas nacionais a jovens para conhecer seu diagnóstico sobre a situação do mercado de trabalho, suas expectativas e suas contribuições à lista de prioridades e de políticas que consideram necessárias.
“Em todos os países há uma preocupação explícita pela falta de oportunidades e pela qualidade dos empregos conseguidos”, comentou Dema.
O especialista da OIT disse que as consultas com os jovens, incluídas em um relatório em preparação, intitulado “Os jovens falam”, a maioria, 23%, disseram que o que mais lhes preocupa é ter um emprego adequado. Outros 18% disseram preocupar-se com sua “independência financeira”.
A maior parte dos consultados nos 12 países, 24%, disseram que gostariam de trabalhar sozinhos, em um negócio independente; 21% para o governo; 19% para empresas privadas; 17% em uma organização sem fins lucrativos e 17% em um negócio familiar.
O emprego juvenil foi o tema principal da Conferência Internacional do Trabalho, realizada em junho de 2012 em Genebra. Nessa ocasião, os representantes dos governos, os empregadores e os trabalhadores dos 185 Estados Membros da OIT emitiram um chamado à ação contundente e urgente, afirmando que “se não forem adotadas medidas imediatas e enérgicas, a comunidade mundial enfrentará o triste legado de uma geração perdida”.
A OIT considera que os problemas da falta de oportunidades para os jovens são de caráter estrutural e, portanto, requerem medidas específicas para enfrentá-los. “Cada país deve atuar de acordo com suas próprias realidades e necessidades”, recordou Dema.
O Escritório Regional da OIT contribuiu com algumas orientações para desenvolver políticas nacionais de emprego juvenil. Entre outras, são:
- Que a geração de emprego juvenil seja uma prioridade na agenda.
– Incluir o tema dos jovens no diálogo social entre os atores fundamentais da economia.
– Apoiar o espírito empreendedor dos jovens para que coloquem em prática suas próprias iniciativas através de sistemas de microcrédito, como “incubadoras de empresas”.
– Dar eficiência e cobertura aos serviços de emprego, sítios digitalizados, escritórios onde os jovens são informados em tempo real sobre possibilidades imediatas.
– Oferecer a educação e a formação necessárias para uma melhor articulação com o mercado de trabalho.
– Incrementar os sistemas de estágio para consolidar a formação profissional dos jovens nas empresas e no setor público e facilitar a transição educação-trabalho.
– Dar acesso aos jovens a um sistema de créditos educativos, transferências monetárias condicionadas e bolsas de estudo para que possam continuar sua formação e requalificação no trabalho.
– Facilitar que as mulheres jovens mantenham-se no mercado de trabalho, através de creches para seus filhos e tempo integral nas escolas.
Na sexta-feira passada, em sua homenagem pelo Dia Internacional da Juventude, o Diretor Geral da OIT, Juan Somavia, disse que “traduzir essas orientações em respostas efetivas exigirá uma firme vontade política, muita criatividade e a aplicação dos recursos necessários. Será necessário forjar alianças de colaboração em âmbito local e nacional, com apoio da ação internacional”.
Mais informação:
Portal del empleo juvenil en América Latina y el Caribe
Jóvenes, indignados y sin empleo, por Elizabeth Tinoco, Directora Regional para América Latina y el Caribe
Mensaje del Director General de la OIT
Portal de empleo juvenil mundial
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