Reciclagem de entulho é um empreendimento viável
Brasil - Ações Ambientais - Construção Civil
Foto:Divulgação
As cidades brasileiras podem fornecer brita e areia recicladas para a indústria da construção civil de forma complementar aos agregados naturais a partir de Resíduos de Construção e Demolição (RCDs), aponta pesquisa da Escola Politénica (Poli) da USP. A viabilidade da reciclagem por meio da mineração urbana foi verificada a partir de uma modelagem teórica baseada na análise do conteúdo e da destinação dos resíduos nas cidades de Macaé (Rio de Janeiro), Maceió (Alagoas) e São Paulo. O trabalho do engenheiro Francisco Mariano Souza Lima teve orientação do professor Arthur Pinto Chaves, do Departamento de Engenharia de Minas da Poli.
De acordo com o engenheiro, o gerenciamento dos resíduos é afetado por dois aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei federal 12.305, de 2 de agosto de 2010. “São os princípios do poluidor pagador e do protetor-recebedor, além da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto”, aponta.
“As empresas da cadeia da indústria da construção civil tornam-se responsáveis pelos custos do gerenciamento dos RCDs desde a geração até o descarte final ou a reciclagem. A lei incentiva a criação de mecanismo de mercado para o gerenciamento destes resíduos.” A supervisão do serviço é feita pelos municípios e a reciclagem pode ser realizada por empresas privadas.
Sentido econômico
O engenheiro afirma que o sentido econômico de minerar é conferir valor a um minério que está misturado em geral a outros. “Fisicamente ocorre a separação deste mineral ou conjunto destes minerais dos demais que não tem valor econômico”, conta. “Da mesma forma, os RCDs ganham valor quando tratados por técnicas de separação mineral e a fração mineral que nos interessa nos entulhos volta como mercadoria no mercado de agregados. A industrialização alocou este processo de valorização.”
A pesquisa fez a modelagem dinâmica no período de 20 anos para as três cidades abarcando todo o processo, desde a geração até o descarte ou a reciclagem dos resíduos tendo em vista os diferentes conteúdos destes resíduos amostrados . “Os resultados mostram a heterogeneidade das cidades amostradas no tocante a qualidade dos RCD originários de distintos processos de urbanização”, relata Souza Lima. “O modelo de custo-benefício mostra que os benefícios superam os custos na seguinte ordem: São Paulo, Macaé e Maceió.”
Segundo o pesquisador, as plantas móveis de reciclagem são mais viáveis do que as fixas na cidade de Macaé. A região de São Paulo, devido ao maior volume de resíduos e maiores estímulos à reciclagem, é a única entre as três que não precisa de subsídios para implantar o sistema. “O modelo de viabilidade mostra que a qualidade do resíduo tem influência na viabilidade das empresas de reciclagem”, afirma.
“Os fatores mais sensíveis ao modelo de viabilidade são, pela ordem, o valor cobrado pelo terreno, a taxa cobrada na entrada dos RCDs na planta de reciclagem, os custos de operação da planta e os impostos.” O modelo pode ser replicado para qualquer cidade brasileira.
O Progresso/RMC
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