Feijão acumula inflação de 53,51% no primeiro semestre
Estado - Agricultura - Produção de Feijão
O feijão anda salgando o prato do brasileiro — não por causa do tempero, mas do preço. Nos seis primeiros meses deste ano, os preços dos dois principais tipos de feijão consumidos no país, o carioca e o preto, subiram 53,51% e 30,35%, respectivamente, segundo a inflação oficial medida pelo IBGE. O peso do feijão carioca no índice aumentou de 0,21 ponto percentual (p.p), em janeiro, para 0,32 p.p. em junho. Em 12 meses, as altas foram de 74,32% e 31,52%.
Em julho do ano passado, a situação era oposta, lembra Irene Machado, técnica responsável pelo IPCA no IBGE. Os preços de todos os quatro tipos de feijão acumulavam queda em 12 meses no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. O recuo mais expressivo era do feijão carioca (-14,36%), seguido do do preto (-11,84%).
Mas este ano, além das esperadas perdas no Sul do país, a seca no Nordeste levou a uma queda de 26,2% na produção. As situações mais graves ocorreram no Rio Grande do Norte, onde houve a perda de 89,6% na produção de feijão e no Ceará, de 85,4%. E a estratégia dos produtores, explica Irene, ajudou a complicar o cenário:
— Como é uma cultura rápida de ser colhida, quando os preços caem, como ocorreu no ano passado, os produtores reduzem a área plantada do feijão, trocando por outras culturas, como milho e soja. Com isso, o preço sobe, há uma compensação, como está ocorrendo agora. Eles então aumentam a área plantada, resultando em um alívio do preço na safra seguinte.
O Brasil produz três safras de feijão a cada temporada de 12 meses. O ciclo começa em agosto e termina em julho do ano seguinte. A primeira safra ocorre predominantemente nos estados do Sul (52%), é plantada de agosto a janeiro e colhida de novembro a abril. A segunda, concentrada na região Nordeste (30%), tem o plantio de janeiro a maio e colheita de abril a agosto. A terceira, também majoritariamente no Nordeste (45%), é plantada de maio a julho e colhida neste mês até outubro.
Próximos meses devem mostrar acomodação dos preços
Os comportamentos de quatro variedades básicas do grão são acompanhados pelo IBGE. De modo geral, segundo especialistas, o feijão carioca é consumido em todo o país, menos no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, onde o principal é o feijão preto. Fradinho e mulatinho são mais localizados no Norte e Nordeste (Fortaleza, Recife e Salvador).
Prévia da inflação oficial, o IPCA-15 referente a julho aponta que os índices para os tipos mulatinho e preto continuarão em alta, de 5,31% e 5,12%, respectivamente. Já os tipos carioca e fradinho terão queda, de 4,52% e 6,98%.
— As condições climáticas afetaram muito preço o produto este ano. Mas o feijão já começou a desacelerar no índice e deve se acomodar nos próximos meses — afirma a economista Amaryllis Romano, da consultoria Tendências.
Mesmo com os preços pressionando a inflação do grupo dos alimentos, a oferta não deverá melhorar. De acordo com o mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de julho, todas as três safras virão piores do que no ano passado.
— Com a queda observada na produção da primeira safra tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul, a forte estiagem observada no Nordeste, e a consequente elevação dos preços, supunha-se que o produtor, especialmente o da região Centro-Sul, fosse estimulado a aumentar o cultivo acima do que foi observado — analisam os técnicos da Conab.
A queda total na área plantada este ano está estimada em 18%, o equivalente a 716,4 mil hectares. A produtividade também está recuando: 4,2%, para 896 kg/hectare. A produção está estimada em 2,93 milhões de toneladas, redução de 21,4% em relação à temporada anterior.
Segundo as projeções do órgão, a produção, o estoque inicial (686,3 mil toneladas) e as importações (200 mil toneladas) fazem o suprimento nacional do grão chegar a 3,8 milhões de toneladas neste ano, enquanto o consumo será de 3,5 milhões de toneladas. Assim, o Brasil terminará a safra 2011/2012 com estoque de 315,1 mil toneladas de feijão — o mais baixo desde a safra 2008/2009 (317,7 mil).
oglobo.globo.com/KF
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