Foto: Diego Vara

Com a presença de operários, simpatizantes, lideranças políticas e protestos do Cpers, a presidente Dilma Rousseff inaugurou no final da manhã desta sexta-feira a Rodovia do Parque (BR-448), em uma estrutura montada no trecho de Canoas. 

A obra foi pensada como alternativa à BR 116, conhecida como uma das estradas mais perigosas do Brasil, esgotada por congestionamentos causados pelo trânsito de mais de 170 mil veículos ao dia. A nova pista, que deverá receber até 40% do tráfego que está na BR 116, será aberta aos usuário a partir deste sábado.

Em discurso de 23 minutos, a presidente Dilma Rousseff destacou a importância da obra e justificou a necessidade de mais de quatro anos para a sua conclusão. 

— Não foi uma obra simples. Construir uma obra paralela ao Rio dos Sinos, cortando áreas que inundam, um parque estadual de preservação, e com a exigência de reassentamento humanizado de 6oo famílias. Cada centavo valeu a pena — disse a petista.

Ela também destacou o fato de a estrada ter sido construída com recursos federais, sem a necessidade de cobrança de pedágio.

— O governo federal considera que não é correto pedagiar estradas em zona urbana ou metropolitana — disse Dilma, que está concedendo 5,5 mil quilômetros de estradas pelo Brasil à iniciativa privada com o objetivo de garantir duplicações. 

Ao final, a presidente fez um apelo para que os brasileiros preservem a vida nas estradas no final de ano e, numa manifestações com poucas referências polícias, se disse satisfeita.

— Eu sou parte interessada. Também me sinto presenteada — disse, lembrando que poderá se beneficiar da obra por manter residência em Porto Alegre. 

Ela ainda garantiu que serão feitos até o final os estudos de viabilidade para estender, no futuro, a BR-448 de Sapucaia do Sul até Estância Velha, compreendendo um trecho de mais 32 quilômetros. Dilma previu o lançamento do edital do projeto até a metade de 2014.

Também acompanharam a solenidade o ministro dos Transportes, César Borges, o governador Tarso Genro e deputados, prefeitos e outras autoridades. Não faltaram alusões ao período natalino.

— Não há data melhor para a inauguração de uma obra deste porte. Estamos no Natal, onde costumamos trocar presentes. E agora fazemos uma troca. A senhora dá esse presente maravilhoso ao povo do Rio Grande do Sul, e esse povo lhe diz muito obrigado e lhe deseja boa sorte e sucesso — afirmou o ministro César Borges.

Tarso disse que a construção da rodovia representa um corredor de oportunidades para o desenvolvimento social. 

— Eu poderia olhar essa obra apenas pelo lado do indivíduo que se locomove com o seu veículo, mas também posso olhar essa obra como um corredor social de desenvolvimento do Rio Grande do Sul e da Região Metropolitana. Essa obra pode ser celebrada pela totalidade da sociedade — disse Tarso. 

No decorrer da construção, cerca de 600 famílias que viviam em más condições foram desalojadas e reassentadas. Antes do início da inauguração, Dilma, que trajava uma blusa branca com golas azuis escuras, posou para fotos ao lado de cerca de 30 operários que trabalharam na obra. O local escolhido para o registro foi a ponte estaiada da BR-448. 

A obra teve início em 18 de setembro de 2009, se estendendo por mais de quatro anos. A ordem de início foi assinada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ato realizado em Sapucaia do Sul. A governadora do Estado na ocasião era Yeda Crusius. 

A estrada soma 22,3 quilômetros, entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre. O custo da rodovia foi de R$ 1,3 bilhão. Por mais de uma ocasião, o Tribunal de Contas da União (TCU) tentou paralisar a construção por suspeitas de sobrepreço. 

Durante a solenidade da BR-448, a presidente Dilma também assinou contratos para execução de obras de duplicação na BR-290, entre Eldorado do Sul e Pantano Grande. Os trechos dois e quatro da obra, que receberá os investimentos, somam 57,5 quilômetros, com custo de R$ 302 milhões.