Foto:Divulgação

Proposto pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, o projeto tem apoio do Governo do Estado, por meio da Sanesul eparticipação da Prefeitura de Três Lagoas.

O projeto, há tempos idealizado e proposto pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS), foi apresentado ao governador André Puccinelli, no início de novembro, na Governadoria, em Campo Grande.
Com total apoio do governo do Estado, oficializado por meio de Convênio IHGMS-Sanesul (N.005/2013), a grande maioria das Prefeituras de Mato Grosso do Sul, incluindo a de Três Lagoas, decidiu participar e colaborar na formação da Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul.  

De imediato, por determinação da prefeita Marcia Moura, foi designado o geógrafo Otony Ávila Ornellas, servidor lotado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, como diretor do Departamento de Turismo, para participar como “colaborador”, no processo de formação da Enciclopédia das Águas.

De posse da “carta hidrográfica”’ do município de Três Lagoas, OtonyOrnellas vem desenvolvendo uma série de trabalhos, propostos pelo IHGMS: confirmar, complementar ou corrigir o nome de “corpos d’água” que banham o território municipal, ou seja, lagoas, lagos, rios, córregos, ribeirões e outros; pesquisar o nome dos corpos d’água que aparecem no mapa, sem a devida identificação e escrever esses nomes; juntamente com a denominação, pesquisar e informar se existe alguma festa ou evento cultural, ligado a algum curso d’água, atrações turísticas, pousadas e outros; descrever, quando possível, contextos históricos dos referidos corpos d’água do Município, ou seja, se foi local de batalhas, origem de formação de cidade, etc.

“O que temos são cartas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feitos na década de 1970”, informou Otonny. 

“Além das pesquisas, o levantamento baseou-se também em estudos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS- Três Lagoas) e em importantes informações populares, a tradição de conhecimentos que passam de geração em geração”, completou.  

A entrega de todo esse material para a formação do Atlas foi na última terça-feira (3), em Capo Grande. O lançamento final do material impresso está previsto para o final do mês de março de 2014. Por fim, as demais complementações, por meio dos amplos e variados recursos da mídia virtual, que deverão ser periodicamente atualizados, serão apresentadas até meados de 2014.

BACIA HIDROGRÁFICA

O município de Três Lagoas encontra-se localizado na Bacia Hidrográfica do Paraná e ainda apresenta em seu território duas sub-bacias, a do Rio Verde e a do Rio Sucuriú.

E a Hidrografia do Município de Três Lagoas é composta pelos rios Paraná, Pombo Sucuriú e Verde.  Existem aindaos ribeirões Baguaçú, Bonito, Brioso, Campo Triste, Imbaúba, Palmito, Piaba e Prata.
Na lista dos principais córregos, Otonnifez constar os seguintes: Azul, Boa Vista, Cervo, Estiva, Jacaré, Lajeado, Moeda, Pontal, Porto, Pratinha, Taboca e Urutu.

INÉDITO

Existem trabalhos semelhantes em vários Estados, sobre estudos de bacias e recursos hídricos. “No entanto, o trabalho de formação da Enciclopédia das Águas de Mato Grosso do Sul é inédito no Brasil”, observou Otonny.
“O diferencial deste trabalho, pelo que vem sendo feito, está numa série de questões, que são abordadas e registradas para informação e subsídios”, explicou.

O diretor de Turismo e “colaborador municipal” citou como exemplos desse diferencial as seguintes questões que irão constar na Enciclopédia das Águas: História; Cultural e Econômica, como fontes de informações para o desenvolvimento do turismo e outros projetos de investimentos; Etimologia (estudo da origem dos nomes); e a importância do fomento e incentivo à pesquisa.
A avaliação como “trabalho inédito” também foi expressa pelo presidente do IHGMS, historiador Hildebrando Campestrini, quando da exposição do projeto ao governador André Puccinelli. 

Segundo o historiador, ao mesmo tempo em que contribui para o acervo histórico do Estado, a Enciclopédia das Águasconterá uma gama de informações essenciais também para a gestão ambiental.

O estudo “permite o diagnóstico das condições das águas e contribui também para a área turística, porque o mapa hidrográfico é fundamental para o embasamento de todo e qualquer projeto”, ressaltou Campestrini.

Mato Grosso do Sul possui “uma rede hidrográfica invejável, não só pela distribuição, mas também pelo volume. Isso tem que ser bem conhecido, porque como podemos ter domínio daquilo que não conhecemos?”, comentou.