Cafeicultor deve ter crédito para diversificação
Brasil - Crédito Rural - Recursos para o Café
Imagem: Divulgação
O Ministério da Agricultura estuda a criação de uma linha de crédito exclusiva para que cafeicultores diversifiquem a produção em suas propriedades. A linha, que deve ser lançada o próximo ano, faz parte do pacote de medidas de apoio à cafeicultura, anunciado no último dia 22 pelo ministro da Agricultura, Antônio Andrade, que incluiu a renegociação das dívidas do setor. O segmento enfrenta preços baixos que não cobrem, na maior parte dos casos, os custos de produção.
Na ocasião, Andrade chegou a dizer que a pretensão era reduzir em cerca de 10% a área cultivada com café no país para diminuir a oferta. Mas em entrevista ao Valor, o diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Janio Zeferino da Silva, disse que a proposta é que o produtor tenha 90% de sua renda com café e 10% com outras culturas, como grãos, hortifrúti, pecuária leiteira, eucalipto. Os recursos para a linha de crédito, em torno de R$ 1 bilhão por ano (valor ainda em análise), durante dez anos, virão do Plano Agrícola e Pecuário.
A ideia, de acordo com Silva, é que o cafeicultor reduza um pouco sua área cultivada com café, mantendo a mesma produção do grão com o uso de variedades mais produtivas e tecnologias, e que utilize parte da área para plantar outras culturas, o que permitiria aumentar sua renda total na propriedade.
De acordo com o diretor d o ministério, a meta é que 1 milhão de hectares com café passem por esse processo de diversificação durante um período de dez anos, com 100 mil hectares por ano. "Não podemos fazer um plano muito ambicioso", lembra ele. A área total com o café no país é de 2,312 milhões de hectares, sendo 2,010 milhões em produção, segundo o último levantamento desta safra 2013/14, divulgado em setembro pela Conab.
Silva também disse que o governo federal ainda deverá esperar a reação do mercado para ver se será necessário lançar mais medidas de ajuda à cafeicultura. Segundo ele, já houve reação dos preços do café na semana passada. "Vamos intervir sempre que for preciso", afirmou.
O diretor do Departamento de Café disse ainda que este ano o setor teve o maior orçamento da história - R$ 5,8 bilhões. A dívida do setor cafeeiro é estimada em torno de R$ 6 bilhões. E cerca de R$ 800 milhões referentes a financiamentos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) são passíveis de ser renegociados, de acordo com Silva.
Os produtores de café conilon -que não foram incluídos na renegociação das dívidas-, podem tentar renegociar os débitos junto aos bancos usando a queda de renda como "fator extraordinário" para o pedido. O "dispositivo" consta do capítulo 269 do Manual de Crédito Rural (MCR), explicou o diretor.
Si/knowtec/LL
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