Foto: Lúcio Borges

Uma pesquisa, não científica, mas com dados 'populares' e de rápida ou fácil compreensão, aponta que a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, Dourados, tem um problema no quesito cultura pessoal de honestidade, da população local, conforme breve pesquisa da revista Seleções do Reader’s Digest.

Os douradenses, sem generalizar ao total dos habitantes, ficaram em segundo lugar ou com o segundo pior resultado em um levantamento nacional para medir a honestidade dos brasileiros, em cidades de pequeno a grande porte.

Uma simplória, mas objetiva pesquisa foi feita com moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belém-PA, Salvador-BA e Bento Gonçalves-RS, colocando em cada localidade, 12 carteiras 'perdidas' em locais públicos.

Os dados, surpreenderam, apesar de pouco em  número, 12 pesquisados, em cada cidade, onde 54% devolveu o objeto encontrado.  No total, os paulistanos foram os mais honestos, seguidos por paraenses.

E entre o gênero, os homens formaram a maioria, o dobro, das mulheres, com melhor comportamento. Como ainda, os jovens e adultos empataram na honestidade, desbancando a suposta 'superioridade' e experiência da idade, onde as pessoas da terceira idade, foram mais 'desonestas'. * Veja abaixo, todos os números.

Dourados, só perdeu em 'desonestidade' para o Rio de Janeiro, entre os municípios escolhidos para a experiência feita pela revista Seleções, que visava ver ou entender o comportamento do brasileiro, através de uma pequena observação de cada pessoa.

A ação foi realizada em cada localidade, colocando 12 carteiras 'perdidas' em locais públicos. No município, que fica a 225 km da Capital, de uma dúzia, menos da metade foi devolvida. Apenas cinco pessoas procuraram o dono dos pertences, que seria facilmente encontrado.

A editora da Seleções, Raquel Zampil,  explicou que a organização da ação, colocou R$ 100 em dinheiro (uma nota de 50, duas de 20 e uma de 10), notas fiscais de estabelecimentos comerciais, bilhete de transporte público, foto de criança, cartões de lojas, além de um cartão de visita do suposto dono, com telefone fixo e celular.

"A intenção da pesquisa foi entender o comportamento do brasileiro, através da observação de cada pessoa que encontrasse uma das carteiras e de uma entrevista com aquelas que devolvessem", explica.

Honestidade vem de família e deve ser mantida

A editora apontou que após, nas entrevista, foi possível também ver que o perfil, de cada devolutor, marcar sua trajetória pessoal e familiar.  

"Apesar de não se tratar de um teste científico, ele mostrou que as pessoas que entregaram a carteira encontrada entendem a honestidade como uma convicção pessoal, um atributo não negociável, adquirido principalmente pelo exemplo familiar”, ressalta Raquel.

Dados divididos

Em Dourados, 60% não devolveu a carteira, sendo que sete ficaram com o objeto e dinheiro. A cidade, uma das representantes no segmento das cidades de pequeno porte, das cinco carteiras devolvidas, três foram retornadas por homens e as outras duas por mulheres.

Pelo Brasil, de um total de 72 carteiras deixadas nas seis cidades, 39 foram devolvidas com dinheiro, equivalente a 54%, contra 33 não devolvidas. Das 39 carteiras devolvidas, 24 foram por homens, 12 por mulheres e 3 por casais. 

No quesito idade, 33,5% das carteiras foram devolvidas por pessoas de até 25 anos, 33,5% por pessoas entre 26 anos e 40 anos, 26% por pessoas entre 41 anos e 60 anos e, finalmente, 7% por pessoas de mais de 61 anos.

A revista Seleções do Reader's Digest, que circula em todo o mundo e é considerada um dos maiores sucessos editoriais de todos os tempos, escolheu cidades alheatória, entre pequena e grande, para testar, de forma simples, o grau de honestidade dos moradores.

A revista finalizou em setembro o levantamento, divulgando o resultado neste mês.

Ranking carteiras 2013