Economia10/01/2011
Melhor analista de 2010 diz onde investir em 2011
Carlos Firetti - Apesar de não soprarem os melhores ventos sobre a economia mundial, alimentados sobretudo pela problemática situação fiscal de alguns paÃses europeus, a visão do Bradesco BBI é que o ano de 2011 pode sim ser proveitoso para quem investe no mercado de ações. A orientação, segundo os analistas do banco, é voltar os olhos para o mercado interno e para as empresas que devem se beneficiar com o bom momento vivido pelo Brasil.
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No ano passado, a estratégia mostrou-se vencedora: a carteira recomendada pelo Bradesco BBI sofreu uma valorização de 28,5% contra uma subida de apenas 1% do Ibovespa. Foi o melhor resultado entre as carteiras das 14 corretoras que concordaram em fazer um balanço de seus resultados para EXAME.com. Confira a seguir a opinião do analista-chefe da instituição, Carlos Firetti, sobre os movimentos que podem abalar o mercado - e sobre as ações que, ainda assim, devem entregar bons resultados.
Perspectivas para 2011Â
Temos uma visão positiva para esse ano, pois acreditamos que o governo fará um ajuste necessário na economia: corte de gastos pelo lado fiscal e com medidas para segurar a inflação pelo lado monetário. Essa desaceleração ajuda a melhorar a confiança em um crescimento sustentável do PIB porque gera uma percepção favorável para o ambiente operacional. No mercado de ações, a maior parte das pessoas não compra apenas o ano de 2011, mas uma continuidade do bom desempenho da economia. E é nisso que estamos apostando. O Bradesco BBI espera uma elevação de 3,5% do PIB em 2011 e um aumento na taxa básica de juros de 1,5 ponto no primeiro semestre.
DesafiosÂ
Os contratempos vêm principalmente da economia internacional. Grécia, Irlanda e Portugal enfrentam problemas com relação à solvência fiscal, mas são paÃses relativamente pequenos. Se a confiança do mercado não for recuperada antes de uma crise na Espanha, aà sim teremos um momento de stress, já que a dÃvida dos espanhóis é bem maior. Nesse caso, talvez seja necessário elaborar uma reestruturação mais agressiva da dÃvida. Mesmo que a melhor das soluções seja encontrada, o mercado deve enfrentar volatilidade por conta dessa situação, principalmente a partir da metade deste trimestre.
Por outro lado, não estamos negativos em relação aos Estados Unidos. A situação é neutra, já que a economia norte-americana deve melhorar um pouco, mas não o suficiente para fazer do paÃs um "driver" que vai mudar totalmente os rumos do mercado. Em relação à China, o aperto monetário está mais para um "soft landing": um ajuste dos juros para desacelerar a economia sem gerar um ambiente de crise.
Otimismo com o Brasil
Com essas variáveis colocadas, se nada mais grave vier da Europa, acreditamos mesmo na nossa estratégia voltada para o Brasil. É uma aposta mais estrutural do que simplesmente pautada pela conjuntura de hoje. O paÃs deve atravessar um bom ciclo de crescimento por alguns anos. Por isso, preferimos escolher ações de setores ligados à renda doméstica, ao consumo interno e mesmo ao crédito, que deve desacelerar um pouco em 2011.
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