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Os preços do milho no mercado interno se mantiveram praticamente estáveis em março, mas a tendência é de alta devido à retração da oferta em função da decisão dos produtores de aguardarem uma melhor definição sobre o tamanho da segunda safra que está sendo plantada. Os números oficiais apontam que a área plantada com milho safrinha deve crescer 4,5%, para 5,07 milhões de hectares, em 2011, e que a produção será de 23,5 milhões de toneladas.

Mas o risco climático na maioria dos Estados produtores, em função do atraso no plantio das lavouras, poderá comprometer o resultado final. A avaliação está no boletim “Custos e Preços”, divulgado nesta quinta-feira (05/05) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Entre cinco praças pesquisadas pela CNA para a elaboração do boletim, os preços do milho recuaram apenas em Unaí (MG), 16,98%, de R$ 27,50 por saca, em março, para R$ 22,83, em abril, e em Rio Verde (4,85%) para R$25,50. Na média dos cinco municípios pesquisados, o preço caiu 1,10% no mês, de R$ 26,04 para R$ 25,73. O clima adverso, que pode comprometer o desempenho das lavouras, não é motivo de preocupação só no Brasil. “No mercado internacional, as atenções estão voltadas para a safra norte-americana, que, assim como no Brasil, apresenta incertezas devido às condições climáticas, fator que tem garantindo sustentação às cotações”, alerta o boletim. 

Os preços da soja recuaram em abril, na comparação com março. Na média, a queda foi de 4,32%, de R$ 43,24 para R$ 41,35 por saca. A maior queda foi em Sorriso (MT), de 6,38%, de R$ 47 para R$ 44. A menor oscilação negativa foi registrada em Rio Verde (GO): 2,01% para R$ 39. Segundo o estudo, a queda dos preços foi influenciada pelo recuo das cotações internacionais da soja na Bolsa de Chicago. O avanço da colheita no Brasil também contribuiu para o recuo dos preços. De acordo com as estimativas da CNA, 87% das lavouras de soja já foram colhidas e a entrada da nova safra brasileira reduziu os preços internacionais do produto. A redução do volume de importação por parte da China e a expectativa de crescimento da área plantada com soja nos Estados Unidos em função das más condições climáticas para o plantio de milho também influenciaram o ritmo dos preços.

No caso do leite, o preço médio pago ao produtor voltou a subir em março, em função da queda de 2,6% no volume captado no mês de fevereiro em relação a janeiro. A redução da oferta tem como principais fatores as adversidades climáticas que prejudicam a produção e o escoamento do produto, o final do período de safra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e o aumento dos custos de produção. O preço por litro subiu, em média, 2,50% em relação a março e 12,45% na comparação com igual período de 2010. As maiores altas foram registradas em Minas Gerais (4,38%) e em Goiás (3,07%).