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Em Inocência/MS, está sendo realizado o “2º Seminário Plantar Florestas é um Bom Negócio! Eucalipto e Seringueira”, iniciado nesta terça-feira (23) com a palestra do diretor do Grupo Polifer, Getulio Ferreira Junior, que falou “Porque plantar seringueira é um bom negócio!”.

O diretor explicou que além da vantagem de poder utilizar áreas de pastagens degradadas para plantar seringueira, da questão de que o seringal protege mananciais, a fauna e a flora, e da vantagem de poder estocar o produto caso o valor esteja baixo, tem a questão da grande geração de empregos.

“Para cada mil hectares é preciso 166 pessoas. E, é um setor que emprega muitas mulheres”, explica o diretor. Ele ainda relata quanto o produtor irá gastar com cada funcionário, “o piso salarial é de R$ 650, mais uma participação de 7% nos lucros e mais 3% como premiação por conservação. No total o empregado ganha R$ 1.200,00, por 6 horas diárias”.

Lucro

Levando em consideração 100 mil árvores, o equivalente a 200 hectares, irá lucrar 2 milhões 240 mil reais, com um gasto de 32%.

Mercado

Hoje existem dois tipos de borracha: a natural proveniente da seringueira, e a outra é a sintética, produzido através do petróleo. A diferença entre as duas, é que a natural possui um índice de elasticidade e flexibilidade muito grande, e a sintética possui uma resistência bem maior em relação aos produtos petroquímicos. Atualmente os dois tipos são utilizados num mesmo produto. Por exemplo, um pneu tem 30% de borracha natural, que é o mínimo exigido, e 60% de borracha sintética.

O palestrante explica que mais de 40 mil produtos são produzidos através da borracha, e muitos deles como o preservativo e luvas cirúrgicas não estão mais sendo produzidos no Brasil pela falta da matéria-prima.

O Brasil é responsável por apenas 1% da produção de borracha natural e consome 380 mil toneladas por ano. Em 12 anos prevê-se a duplicação do consumo. 70% da borracha consumida pelos brasileiros são importadas. “O volume plantado é muito pequeno em relação à demanda”, explica Getúlio Ferreira Junior. Do total de borracha produzida 70% vão para indústria pneumática e 30% para indústria leve.

Hoje São Paulo é responsável por 55% da produção no Brasil, Mato Grosso aparece na sequencia com 21% e a Bahia em terceiro com 11%. No entanto com a necessidade da expansão na produção, Mato Grosso do Sul começa a surgir no cenário produtor. “Em 2030, o Estado terá 50 mil hectares de seringueira, e vai figurar na segunda colocação entre os maiores produtores, atrás apenas de São Paulo”, acrescenta.

Além da produção de borracha, Getulio explica que a madeira da seringueira também é muito utilizada. “Para utilização da madeira é preciso 40 anos e vida produtiva. Na Ásia e Japão tem muito valor”, diz.

Evento

O evento foi iniciado ontem, (23/11/2010) em Inocência, município sul-mato-grossense, localizado à 321 km de Campo Grande. A programação do evento foi definida contendo seis palestras, realizadas no primeiro dia do evento. Para o segundo dia (24/11) estão previstas visitas técnicas em propriedades de seringueira e eucalipto, para conhecer de perto a realidade de quem está investindo em florestas plantadas.

O evento, que é uma realização do Sindicato Rural e Prefeitura de Inocência, conta com a organização do Painel Florestal e o patrocínio das empresas Hidroterragel, Florestal Brasil, Mudas Nobres e Polifer Agrícola.